Novos desafios do ensino presencial

O desenvolvimento tecnológico, nesta sociedade do conhecimento, afeta emoções, relacionamentos, trabalho e nos deixa cada dia mais conscientes de que o ensino como oferecido há poucas décadas tornou-se obsoleto. É um ensino criado de acordo com os parâmetros da Revolução Industrial, que valoriza o ensino rotineiro, repetitivo, a transmissão de conhecimentos, a passividade do aluno e a autoridade do professor.

É hora de mudanças! Mudanças que deverão ser sentidas do planejamento do currículo até o plano de ensino e sua execução pelo professor, elemento que precisa entender que a escola, nestes novos tempos, é atemporal e que o conhecimento não mais é transmitido, mas sim compartilhado; que ser professor é ser colaborador, incentivador e mediador; que a escola precisa ser um ambiente agradável para competir com os ambientes virtuais; que as informações se desatualizam com muito mais velocidade que há três décadas; que ser professor é aprender sempre!

Segundo Leszczynski (2010), estamos convivendo com a geração Y, advinda com as novas tecnologias, que se caracteriza pela individualidade, excesso de informações, imediatismo, multitarefa, qualidade de vida, hedonismo, liberdade de expressão, baixa resistência a frustrações, consumista; totalmente diferente da  geração X, que é a geração de pessoas nascidas após o Baby boom, pós-Segunda Guerra Mundial, com suas datas de nascimento entre 1961 e 1979, com características bem adversas e que até pouco tempo frequentavam nossas escolas. Já estamos recebendo a geração Z, também conhecida como nativos digitais que são os nascidos após 1995.

E como enfrentar esta diferença de gerações? Para cumprir seu papel nesta nova perspectiva educacional, o professor  precisa perceber que as tecnologias alteram comportamentos. Que a sua postura da década passada já está superada. Há necessidade de lançar mão de técnicas diferenciadas, com a utilização de novos recursos. “Não é apenas comunicar mais; é comunicar melhor”.

 

 A Educação a Distância (EaD), modalidade tão presente hoje, poderá ajudar e muito neste novo cenário, permitindo que o ensino presencial se apodere de técnicas e metodologias de sucesso, sobretudo no que diz respeito à aprendizagem colaborativa.

O uso de ferramentas interativas é o que mais desperta o interesse de alunos de nível médio e superior do ensino presencial, pois é algo que faz parte de seu cotidiano: redes sociais, chats, fóruns, trocas de mensagens, hipertextos. Obviamente, como toda a tecnologia, devem ser usadas para atingir um objetivo específico e não, apenas, como fator modernizador.

O professor deve ter a consciência de que a introdução do uso de novas tecnologias no ensino não é simplesmente ensinar velhos conteúdos de forma eletrônica, mas depende de como os educadores irão utilizar a ferramenta tecnológica como recurso pedagógico estimulando o aluno a buscar novas formas de pensar e agir. (FRANCO; BRAGA,1993, p. 36).

 

A Internet  e a EaD difundiram o uso de hipertextos que são textos escritos em uma linguagem mais amigável que segundo Dias (2007) rompem com a linearidade de acesso às informações, permitindo a navegação através dos chamados links que são ligações existentes entre diferentes objetos  instrucionais como textos, vídeos, imagens e outros.

A escola precisa ser renovada e adaptada ao perfil do novo aluno que  se apresenta. E esta mudança tem que acontecer nos elementos básicos  envolvidos no processo ensino-aprendizagem: aluno e professor.

Assim, cabe ao professor presencial do novo milênio se adaptar a técnicas já utilizadas com sucesso na EaD para a sua práxis pedagógica, tornando a escola mais prazerosa e capaz de concorrer com toda a tecnologia para uma melhor motivação e retenção do aluno no processo ensino-aprendizagem. E, sobretudo ficar atento ao pensamento de Charles Darwin quando afirmou que  não são as espécies mais fortes que sobrevivem, nem as mais inteligentes, mas as mais sensíveis às mudanças.

E é hora de mudança!

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