DOCÊNCIA UNIVERSITÁRIA – Parte I

Sabemos que muitos dos atuais professores universitários não tiveram a oportunidade de se qualificar para tal. Muitas vezes dizemos que eles não são professores; estão professores.

Esses atores são oriundos das mais diversas áreas do conhecimento, sem formação didático-pedagógica, possuindo, apenas, o desejo próprio de ensinar e a bagagem deixada por seus professores.

Assim, a docência universitária necessita de um acompanhamento contínuo dos próprios atores e da Instituição a qual pertencem.

Criando programas de desenvolvimento docente que permitam o refletir sobre a suas práxis e a incorporação de novos saberes.E como fazer isto?

John Dewey disse, certa vez: quando se diz que um professor tem 10 anos de experiência, quer se dizer que ele tem mesmo 10 anos de experiência ou quer se dizer que ele tem um de experiência repetido 10 vezes?

O que significa docência?

No sentido etimológico, docência vem do latim – docere – que significa ensinar, instruir, mostrar, indicar, dar a entender.

Nos dias atuais, esta definição parece contrariar o processo ensino-aprendizagem que tem o estudante como centro, pois, neste contexto, a docência universitária está ligada à inovação quando:

  • Altera a forma tradicional de ensinar, aprender, pesquisar e avaliar;

Ensinar, se é que isso é possível, deixa de ser uma ação unilateral para se tornar uma ação colaborativa.  O professor deixa de ser o detentor do saber e passa a perceber que a informação está disponível em diferentes formatos e mídias e que sua função é orientar a organização dessa, para que ela gere conhecimento.
As mídias concorrem com a fala do professor e, muitas vezes, se apresentam mais prazerosas e chamativas, adaptadas ao mundo virtual em que a geração que frequenta hoje a sala de aula está inserida.
A avaliação passa a ser contínua e competências e habilidades passam a fazer parte dela.
A pesquisa se torna uma ação orientada que permite incursões em diferentes espaços do saber. É o “navegar é preciso”!

  •  Explora novas alternativas teórico-metodológicas em busca de outras possibilidades que se adaptem melhor aos nativos digitais;

É necessário que o professor tenha tempo, oportunidade e vontade para familiarização com as novas tecnologias, sabendo mensurar suas possibilidades e limites, conscientizando-se de que a competência e qualidade não estão no uso ou não dessas tecnologias e, sim, no conhecimento do universo de sua aplicabilidade.

  • Reconfigura conceitos trocando ensinar por construir, aprender por colaborar;

O espaço da sala de aula sofre alterações quer sejam físicas e ou conceituais.
Fisicamente, não existe mais a necessidade de espaços matriciais, professor no espaço central e comunicação unilateral e sim, um encontro de pessoas distribuídas em torno de objetivo comum: construir conhecimentos.

  • Aproxima a teoria da prática, a educação do trabalho;

Não se admite mais (se é que algum dia já se admitiu) uma informação disponibilizada que não gere conhecimento para a prática educativa e profissional de nossos estudantes.

A nova ênfase educacional faz com que a dicotomia entre teoria e prática se rompa, na busca dos saberes construídos para solucionar problemas específicos.

É tempo de reflexão!

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